O herói, o marginal, o poeta tropical, quem dera eu pobre leão, fazer parte da nação... (Mallu Magalhães)
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
A poética do silêncio
São tempos difíceis
inexpressíveis
Em que a mudez é quem fala
Palavras tornam-se inúteis
Não servem para expressar mais nada
E assim as palavras voam perdidas
Esvaindo-se pelas mãos do poeta
As palavras já não molham sua boca a tanto tempo cerrada
Pois já tem tempo em que poeta
perdeu-as
perdeu as palavras
Perdeu-as na poesia da vida
Na poesia da vida tão despercebida
São tempos difíceis
São duras caminhadas
É tão profundo o sentir que já não cabe em nenhuma palavra
Eis que o poeta
Eis que se apaga
Já não há materia viva daquilo que nutri dentro de si
Daquilo que preenche o seu mundo e a sua mente
Além da poética do silencio
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Ainda não aprendi ser folha que cai
folha que deixa-se voar perdidamente com o vento
quero antes ser como as raízes das arvores
tão seguras em si
São incertos os caminhos das folhas
folhas que dançam a dança do tempo
folhas que nascem,caem e secam
folhas que vivem a incerteza do ar em movimento
Ainda não aprendi a ser folha que cai
e tropeça mundo a fora
não aceitei a mudança das estaçoes
e a inconstancia do tempo
Doí demais observar a fluidez de tudo
ver o todo de tudo diluir-se e dissolver-se
doi demais ser folha ao vento
domingo, 8 de maio de 2011
Suspiros quase explodem meu pulmão
desatino,desatenção
O desconforto que antecede o desespero
Desorientado me perco
Por onde andará minha razão, meu entendimento?
A perna que sacode inquieta nunca levará ao equilibrio
Desedifico-me,despedaço-me, desintegro-me parte a parte
E aceito essa condição
Se hoje não posso compor o todo
espero o amanha
para recompor os pedaços.
Imagem de Egon Shiele.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Faz frio
Fiquei sentada na grama lendo poesias
Estou dispersa e uma leve tontura embala meu caminhar
Hoje o dia não tem sentido nem gosto
Tenho vontade ficar parada para nunca mais me mover
Com um olhar que nada vê e um coração que nada sente
Hoje não tenho sede da vida e não me arriscaria por nada
Estou ferida e a dor imobiliza
Mais uma vez sinto minha vida mudando
Amanhã sei que serei outra, é necessário, preciso me recriar
A existência me ultrapassou
meu amor envelheceu e ta morrendo de velho.
terça-feira, 19 de abril de 2011
Há manhãs frias que despertar castiga
e no céu transparece toda a nossa vida
Na vertigem de um dia
forja-se o dia
mais um dia, que poderia ser único
Vou cruzando as esquinas na esperança de me encontrar
Entre os caminhos cotidianos que nos levam para algum lugar
Comigo a cidade toda desperta
Seguindo seu sagrado ciclo se poe a funcionar
E as horas nos carregam a junta dela seguir seus minutos inimagináveis
Até que eu me torno tardia
Mais um dia
vou me dissolver
sem me perceber
Acordar é nascer para os dias!
sábado, 16 de abril de 2011
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Se eu pudesse ver o mundo com teus olhos
Com a transparência do teu olhar
Ver poesia naquilo que não entendo
Ver arte na dor
Ver o mundo infinito como a profundidade do teu olhar
Ver a imensidão das coisas simples e tenuas
Observar calmamente toda esta cegueira sem julgar
Ver o mundo com a tranquilidade dos dias comuns
Ver naturalidade nas confusões interiores
Observar a vida como uma melodia silenciosa
Se eu pudesse ver o mundo com teus olhos entenderia os instintos naturais das contradições
Sentiria o sabor das manhãs
Pois os olhos refletem a vida
É do teu olhar que se constrói tudo
Do teu olhar sobre o mundo.
quarta-feira, 9 de março de 2011
As vezes penso em como é ser o outro
a imensidão do outro
o vazio do outro
o ponto de vista do outro
a vidinha do outro
as loucuras do outro
as dores e o amargor
Porque apenas ser eu não basta,cansa,cai na monotonia
E podia inventar personagens
Mas não adiantaria
Desejara mesmo é ter diversar vidas, pessoas e historias entrelaçadas
De modo que no mundo ninguém fosse um
Mas sim que cada um fosse todos.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
O eu .
Interrogação, exclamação, contradição,falta de definição...busca, procura, caminho, destino,distante,lugar algum, o eu, o outro, todos, nenhum,a luta, a dúvida,a criação,o sentimento, o descontentamento,o sonho e a ilusão,a palavra, o gesto, a conclusão, a falta de conclusão, a palavra aberta, o eu exposto, contraposto,imobilizado, atirado,enganjado, o eu no outro, os varios eus, o eu nenhum.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Sonhos que não se apagam.
Um dia sonhei que andava pelas ruas aflita e ficava cada vez mais aflita pois não sabia o que havia me deixado assim.
E me pensava tao aflita que de tao aflita nao entendia.
Mas derrepente no meio daquele aflição surgira algo na imensidão do céu; um cavalo a galobe voava sobre mim.
E já não estava mais aflita pois era tudo tão impossivel que fora impossivel definir o que eu deveria sentir.
Hoje terminei o livro dos abraços de Eduardo Galeano e aprendi muito sobre a liberdade de escrever aquilo que sentimos, não sei se me entendem,mas a conquista de liberdade interior é tao dificil quanto a da liberdade exterior.
Li muitas poesias em pequenas histórias presentes nesse livro.Sentei no chão e o abracei, depois o cheirei e o observei, é tao estranho terminar um livro, é como o fim de um contato profundo,um tipo de extase, algo que fica.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Reflexo
Olho no espelho como de custume
E este rosto de nada me diz.
Busco nas imperfeiçoes o erro
No erro um motivo.
Olho nos espelho procuro compreender o que vejo.
Mas estes olhos serenos nada me mostram.
Essa boca fria nada me diz.
Essas expressões tao nuas pouco expressam.
Olho no espelho e nao me vejo.
Não sou nada que ele diz.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Eu queria ser...
O cigarro que preservas em teus dedos.
Tua maior virtude teu unico meio.
A correnteza que te carrega.
Eu queria ser teus olhos cor de água.
O delírio e a calma.
A mordida do beijo.
Eu queria ser um pouquinho do teu instante.
Teu sonho mais delirante.
O suor em teu peito.
Eu queria ser a tua única causa.
Teu unico desejo.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Insônia
Quem és tu no silencio da noite?
Quando todos dormem e tua insônia te mantêm acordado
Quem és tu quando está somente tu e tu mesmo?
Sentindo o odor e a friagem da madrugada.
Quem és tu por detrás do espelho da noite estrelada?
Quem és tu diante da cama vazia e dos lençois revirados?
Quem és tu diante das horas que não passam,diante do ponteiro parado?
Quem és tu homem acordado, olhos cansados, mente vadia.
01:11h
Para ti (meu amor) e tuas noites de insônia
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Minha passarinha
Desejara ser como você minha passarinha
Livre para voar para qualquer lugar
Como se qualquer direção fosse o melhor caminho
E estar sempre presente em tudo como se qualquer lugar fosse seu
Batendo as asas sem cansar como se a existencia fosse o melhor que se tem
Eu queria pertencer ao teu cantar
Onde podes expressar a beleza de viver
Ser a tua beleza enfim
A tua certeza de que o horizonte esta sempre a frente de ti.
Poesia novíssima , assim como o blog
Que as palavras saiam dos frascos e tornem-se poesia
amém!
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