segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A poética do silêncio






São tempos difíceis
inexpressíveis
Em que a mudez é quem fala

Palavras tornam-se inúteis
Não servem para expressar mais nada

E assim as palavras voam perdidas
Esvaindo-se pelas mãos do poeta

As palavras já não molham sua boca a tanto tempo cerrada
Pois já tem tempo em que poeta
perdeu-as
perdeu as palavras
Perdeu-as na poesia da vida
Na poesia da vida tão despercebida

São tempos difíceis
São duras caminhadas
É tão profundo o sentir que já não cabe em nenhuma palavra

Eis que o poeta
Eis que se apaga
Já não há materia viva daquilo que nutri dentro de si
Daquilo que preenche o seu mundo e a sua mente
Além da poética do silencio